quinta-feira, 9 de abril de 2009

Grito de guerra e trajes errados


O grito de guerra azurra lembra o dos soldados de Esparta, no filme 500

No dia 4 de abril de 2007, finalmente, o Avaí-LIC realizaria a sua estréia no Campeonato Catarinense de Futsal. Infelizmente nosso vice-presidente de futebol não estaria no Ginásio da Fucas, em Florianópolis, para assistir. Ele havia sido internado alguns dias antes e passava por um tratamento de câncer que, no mês seguinte, acabaria lhe tirando a vida.

Nossa equipe se concentrou no clube durante toda tarde. Conseguimos que o LIC nos liberasse o espaço da boate para nos reunirmos. Eu e minha mulher, Adriane, havíamos feito vários sanduíches de mortadela e compramos refrigerantes para o lanche da garotada. O técnico Alex Silva levou tevê e DVD e assistimos ao filme 500, como forma de motivar os jogadores, mostrar que com união e estratégia adequada, poucos podem valer por muitos e até vencer batalhas. Na época o filme era novidade. Gostaram tanto que copiaram o grito de guerra dos soldados de Esparta, que passou a fazer parte do grito de guerra da nossa equipe: “É um, é dois, é três, Avaí-LIC, Ahunnnn!!!”
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Alguns garotos estavam meio ansiosos, já que apenas o goleiro Victor, o ala Yan e o fixo Gustavo possuíam a experiência de ter disputado essa competição. O tempo parecia que não passava e havia certa tensão no ar. Para piorar as coisas, os novos uniformes ainda não haviam chegado da confecção, que nos prometeu entregar no dia do jogo.

Primeiro vieram os agasalhos. Muitos ficaram maiores do que as pernas e braços dos garotos. Teve gente que foi engolido pela roupa. Claro que reclamaram, mas tiveram que mandar encurtar na costureira. Enfim, bem mais tarde, os uniformes foram entregues e aí se verificou um grande erro. Foi confeccionado um modelo totalmente diferente da encomenda. Mas não foi só isso: a numeração também era pequena demais para os nossos jogadores. Vestidos, uns riam dos outros. Eu disse a eles que não se preocupassem, já que nos anos 70 a gente jogava exatamente daquele jeito, com o calção apertadinho. Claro que eles não engoliram. A não ser os goleiros, que sempre têm equipamento próprio e diferenciado, a maioria dos jogadores entrou em quadra com a sensação incômoda de trajar uma roupa justíssima.

Faltavam ainda os meiões, que chegariam somente 30 minutos antes da cerimônia de abertura do campeonato. No fim, estava tudo certo, já que o importante, na verdade, não era o uniforme, mas estarmos ali para enfrentar três difíceis adversários, a Elase, o Colegial e o Fernando Raulino, outra novidade daquela competição.

O calor e o clima de tensão no vestiário deram a tônica do que seria aquela rodada. Por fim, o grito de guerra era entoado pela primeira vez e a esquadra azurra entrou em quadra para fazer história. Quanto ao uniforme, mandamos fazer novamente e, na segunda rodada, estreamos o traje correto nas medidas adequadas a cada um.

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