quinta-feira, 9 de abril de 2009

A diretoria de futsal


O presidente Mauro Candemil e eu discutindo as inovações no futsal

Em julho de 2005, o Lagoa Iate Clube (LIC) criou sua diretoria de futsal, cargo diretamente ligado à vice-presidência de futebol. Em outras palavras, eu e a modalidade inteira estávamos sob o confortável guarda-chuva do Culica, que capitaneava as ações por mim definidas logo de início. Eram as famosas “costas quentes” que eu tanto necessitava para levar adiante minhas intenções.

Como membro da diretoria, não fui dos mais assíduos às reuniões, por considerá-las chatas, desorganizadas e não profícuas. Meu negócio, desde o início, foi ação, tanto dentro quanto fora da quadra. Eu tinha certeza que teria que fazer muito para dar uma guinada nas condições da modalidade já naquele ano. Sempre fiz questão de frisar que o planejamento, aquilo que se coloca no papel, é muito importante, mas o “fazejamento” é fundamental. Penso que qualquer um tem a capacidade de pensar e escrever, bem ou mal, seus projetos. Mas colocá-los em prática é outra coisa. Exige empenho, responsabilidade e certamente jogo de cintura.

Enquanto os demais diretores e vice-presidentes discutiam assuntos diversos nas reuniões, eu tomava decisões na quadra e iniciava um projeto que teve como ponto de partida a aproximação junto aos patrocinadores. Desde cedo sabia que tínhamos toda a responsabilidade pelo nosso orçamento para cada temporada. Assim, logo iniciamos os contatos para buscar patrocinadores. Jamais admiti a idéia do “pires na mão”. Não ia aos empresários fazer pedidos de auxílio à modalidade, mas apresentava um plano com objetivos claramente definidos e ferramentas de exposição de suas marcas. Coloquei os meus conhecimentos de marketing à disposição do futsal.

E isso agradou.

Mesmo planejando com uma temporada de antecedência, tive que partir para uma ação efetiva de imediato – era preciso mostrar serviço. Ainda em 2005 o futsal do LIC deu um grande passo em direção ao futuro que lhe aguardava. Através de contato com a Semil Eventos, empresa promotora do Circuito Catarinense de Futsal, que naquele ano se teve o patrocínio das Malhas Malwee, conseguimos promover no clube as finais da I Copa Malwee de Futsal, nas categorias Sub-9 e Sub-11, que contou com 32 equipes de todas as regiões catarinenses. E os resultados foram excelentes: 3º lugar na categoria Sub-9 e vice-campeão na categoria Sub-11. Mais do que isso, o evento contou com mais de 800 pessoas/dia durante o fim de semana de sua realização. Os cofres da lanchonete e restaurante do clube agradeceram.

Outro resultado importante da iniciativa foi a exposição que o LIC passou a ganhar na imprensa (três páginas no Diário Catarinense), iniciando a consagração de sua imagem como um grande centro de realização de eventos de futsal de base em Florianópolis.

Após o evento, a diretoria do clube passou a enxergar o potencial da modalidade com outros olhos, conferindo maior apoio às minhas iniciativas. Eu continuava a evitar as reuniões de diretoria – a não ser quando houvesse algum assunto realmente importante para o futsal. Mas minha presença em quadra já se tornara marcante. As equipes começaram a modificar o seu perfil, tanto em relação aos jogadores quanto ao próprio padrão de jogo, já que acrescentei minha visão de jogo mais defensiva ao padrão estipulado pelo técnico Alex Silva.

Naquele ano, quem enfrentava o LIC, independente da categoria, sabia que teria que suar muito para obter uma vitória, pois o sistema defensivo era bastante agressivo. E não poderia ser diferente, já que faltava aos nossos elencos maior qualidade técnica. E esse foi um problema que não se resolveu nem a curto nem a médio prazos. Na verdade, ninguém queria jogar no LIC, clube que lutava com unhas e dentes para firmar-se como a quarta força em Florianópolis. A imagem de time fraco das temporadas anteriores ainda se fazia presente no meio salonístico. E, para revertê-la, seria preciso muito mais do que um simples aporte de recursos financeiros. Eu sabia disso e decidi programar, em 2006, as bases para uma mudança real, concreta, em 2007.

Obviamente a diretoria me apoiou em todas as empreitadas e 2005 terminou como um ano positivo. Pela primeira vez em sua história o futsal do LIC tinha um alinhamento de ações e claras perspectivas de crescimento para a temporada seguinte. Como não havia interferido ainda nos elencos das equipes, pelo menos não de forma muito incisiva, a oposição inicial parece ter se acalmado.

Só que a diretoria do clube e o próprio vice-presidente de futebol passaram a sonhar com títulos e isso exige equipes competitivas. Ainda assim, em 2005, o LIC conquistou oito troféus (quatro de campeão e quatro de vice-campeão) em competições de segunda categoria. Era preciso investir muito para disputar com competitividade os principais campeonatos de Santa Catarina.

No período de férias, enquanto todos descansavam, fui a campo para materializar o projeto de marketing do futsal. Em contato com os empresários, expus minhas idéias e objetivos e obtive apoios muito importantes, como o do Colégio Tendência, Brasil Telecom, Pieri Sport. A esses se somavam os antigos patrocinadores da modalidade no clube: Sul Imagem e JAN Bebidas. O processo de negociação foi longo, mas bastante proveitoso, já que garantiu o orçamento para a temporada seguinte.

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