quinta-feira, 9 de abril de 2009

2ª fase – Arrumando a equipe


Diogo, grandes atuações durante toda a 2ª fase do campeonato
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Com o passar dos dias, a equipe Sub-13 foi se encorpando, com a vinda de alguns jogadores importantes. Integraram-se ao grupo o ala Serginho e o pivô Marcão. Outros atletas, como Pellegrini e Jefferson viriam mais tarde, mas não se firmariam na equipe. O primeiro por motivos pessoais e o segundo por não se adequar às normas do clube.
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Nos dias 2 e 3 de maio foi jogada a 2ª fase do Campeonato Estadual. Uma viagem curta até São João Batista. Dias chuvosos. Lá chegando, descobrimos que os jogos não seriam realizados no Ginásio Manecão, que estava em reforma. Passamos bastante tempo dentro do microônibus até descobrir o local do alojamento. O mesmo de sempre, mas ninguém havia nos dito nada. O ginásio da Apae, onde jogamos, tinha o piso de cimento emborrachado e era cheio de pilastras laterais, muito perigosas para os atletas durante as jogadas mais ríspidas. Mas foi o que os anfitriões arranjaram e tivemos que nos conformar.
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Entramos em quadra meio cansados do desgaste da viagem e da tarde de espera. Tínhamos pela frente a equipe da Nova Serrana, de São Joaquim. O jogo começou e com menos de 1 minuto já estávamos na frente, com um gol do Marcão. Aos 2:33, o ala Diogo bate forte do meio da quadra para fazer 2 a 0. Mas, apesar desse gol, o perdemos, já que saiu de quadra com um problema na virilha. O primeiro tempo acabou 7 a 1. Trocamos toda a equipe na segunda etapa, para dar oportunidade aos reservas. No fim, uma fácil vitória por 10 a 3 nos deixaria na liderança da chave.
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As coisas não seriam tão fáceis como pareciam na noite anterior. Pela manhã, empatamos em 3 a 3 com a Apama, de Blumenau. Nosso time não se acertou em quadra e diversos erros foram transparecendo no conjunto. A Apama saiu na frente e terminou venceu a primeira etapa por 2 a 1. Empatamos no começo do segundo tempo e eles voltaram a comandar o marcador. Chegamos a perder um pênalti, mal batido pelo Pelezinho e, quando o jogo parecia se encaminhar para um final triste para nós, dos pés do Yan veio a redenção com o gol de empate.
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O que estava acontecendo com a nossa equipe? De fato, não encontramos nosso melhor jogo durante aquela rodada. A quadra também impedia que desenvolvêssemos nossa melhor qualidade técnica. Fora isso, estávamos sentindo bastante a ausência do Diogo na equipe. Como uma parte dos nossos jogadores veio do futebol de campo, era nítida a falta de mais tempo para adaptação de alguns, como o Serginho e o Marcão. Ainda assim, o Marcão saiu da rodada comemorando os seus sete gols.
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O jogo da tarde, contra a Estrela Batistense, de São João Batista, deixou claro que os jogadores ainda não estavam adaptados à nova bola, que foi trocada pela Federação uma semana antes daquela rodada. Os goleiros foram os que mais sentiram a mudança. A bola Max 200, da Penalty, é mais seca. A Max 500 quica muito e permite que o goleiro seja encoberto com mais facilidade.
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A Estrela Batistense, do técnico André Deitos, foi um adversário muito aguerrido desde o começo da partida, que valia a liderança do grupo. Os gols foram saindo rapidamente. Os batistenses abriram o placar aos 31 segundos de jogo e nós empatamos 40 segundos mais tarde. Ainda comemorávamos o gol quando eles voltam a comandar o marcador, 12 segundos depois. Empatamos logo em seguida, aos 2:17, mas sofremos um outro gol, aos 3:42. Mais uma vez empatamos o jogo, aos 6:23 e novamente o time de São João Batista desempata, aos 9:47. O primeiro tempo se encerra 4 a 3.
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Enquanto nossa torcida estava perplexa com o que estava ocorrendo, minha mulher, Adriane, e meu filho mais velho, Igor, que chegaram de Florianópolis na hora do almoço para assistir ao último jogo da rodada, saíram para dar uma volta. Assumida como “pé frio”, Adriane não quis continuar no ginásio. Por coincidência ou não, tudo mudou na segunda etapa. A equipe veio mais concentrada para o jogo, empatando a partida a 1:44. Parecia que ia dar empate. Estávamos jogando com uma equipe muito pesada em quadra, para fazer frente ao potencial físico do adversário. Eu, que retornava à quadra como auxiliar quatro anos depois de sair da Elase, quase comprometi o resultado até aquele momento, aparando com o pé uma bola próxima à linha lateral. A meu ver, já estava toda fora. Para o árbitro e para o nosso técnico, não. Entreguei uma posse de bola gratuitamente que quase nos custou um gol. Mas o nosso goleiro, Victor, estava lá para impedir que mais uma vez eles comandassem o marcador.
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Por pura intuição, o Alex colocou em quadra uma formação mais leve. E deu certo. Com Jhonathan e Leonardo fazendo o pivô a equipe ganhou muito mais agilidade. Pela primeira vez, aos 11:47, ficamos à frente do placar, com um gol do Jhonathan, que voltaria a marcar aos 13:42. Apesar da vantagem, não estávamos tranqüilos. Diversas bolas vinham na direção do nosso gol e o Victor cresceu na partida. Pedi para o Alex colocar novamente uma formação pesada, já que a leveza foi boa para o ataque, mas não estava adiantando para conter o ímpeto adversário. Aquele pouco mais de um minuto para o fim do jogo parecia uma eternidade, como quase sempre ocorre com quem está passando sufoco. Mas terminou com a nossa vitória por 6 a 4. Tínhamos muito que fazer para a rodada de returno, no nosso ginásio de esportes.
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Nos dias 5 e 6 de junho, estávamos todos na quadra novamente para decidir a chave e ver quem seguiria na competição. O primeiro adversário, a Nova Serrana, foi mais uma vez massacrada: 11 a 3. E novamente o técnico coloca a formação reserva na segunda etapa, mesmo que no primeiro tempo tivéssemos vencido “apenas” por 4 a 1. O grande destaque do jogo foi o ala-pivô Jhonathan, que entrou no segundo tempo para anotar cinco gols seguidos. O goleiro Victor, machucado, foi poupado nessa partida, atuando o reserva Duda.
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Pela manhã tivemos que enfrentar a Apama pela segunda vez. Prevendo dificuldades, conversamos bastante no vestiário antes da partida. Mas o jogo não foi tão difícil quanto esperávamos. Abrimos 3 a 0 na primeira etapa e fomos para o intervalo conscientes de que poderíamos encaminhar nossa classificação naquele jogo, já que a Apama havia vencido a Estrela Batistense na noite anterior. Na segunda etapa, marcamos mais três vezes e eles ainda conseguiram descontar, numa falha da nossa defesa. Placar final, 6 a 1.
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O último jogo valia apenas para melhorar nosso índice técnico, pois já estávamos classificados em primeiro lugar, garantindo mais uma vez o mando de quadra do returno da fase seguinte. Mas a gente precisava espantar o fantasma que nos assombrava há um mês. Aquela difícil vitória sobre a Estrela Batistense, uma equipe nitidamente inferior no aspecto técnico, não fora bem digerida. Uma coisa é você desejar aniquilar o adversário, outra é efetivamente fazê-lo. O jogo contra o time de São João mostrou as duas faces dessa realidade, cada uma em uma etapa. No primeiro tempo o jogo foi equilibrado. Embora tivéssemos a posse de bola na maior parte do tempo, os batistenses, que lutavam pela sobrevivência na competição, se limitaram a desarmar nossos atacantes e, eventualmente, contra-atacar. Num desses contra-ataques, aos 11:56 do primeiro tempo, abriram o marcador. A história parecia que iria se repetir. Fomos para o vestiário perdendo por 1 a 0.
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O segundo tempo apresentou uma realidade completamente diferente. Empatamos aos 54 segundos e viramos exatamente aos 5:00 de jogo. Os batistenses acusaram o golpe. Aos 5:30 ampliamos o placar e marcamos novamente aos 7:50. Fechamos a conta aos 14:28 da etapa final com uma pancada de falta do ala Serginho. O placar de 5 a 1 foi fiel ao nosso domínio em quadra. O fantasma havia ido embora e se despedido da competição.

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