quinta-feira, 9 de abril de 2009

Futsal olímpico e recursos para 2008



O ano de 2008 prometia desde cedo. Nos os últimos meses de 2007, encampei a campanha "Queremos o Futsal nas Olimpíadas em 2012". Consegui camisetas com a Federação Paulista de Futebol de Salão. Distribuí algumas e fizemos uma matéria ampla sobre o assunto no Jornal do Futsal. Nos meses seguintes, completamente tomado pelas atribuições de administrar duas categorias no Campeonato Estadual e e três na Liga, acabei deixando de lado a campanha. Na minha opinião, para se tornar esporte olímpico, o futsal tem que padronizar as suas regras em todo planeta e, mais do que tudo, evitar mudanças de procedimento a cada temporada.

Política à parte, após a experiência inicial, o Avaí-LIC passou a ter duas equipes disputando o Campeonato Catarinense de Futsal, a Sub-13 e a Sub-15. O grande problema no começo daquele ano – como sempre ocorre antes das temporadas – foi obter um volume de recursos suficientes para manter os dois times na competição. E os problemas surgiriam já em dezembro, quando eu pressenti que o nosso principal patrocinador, o Colégio Tendência nos deixaria na mão. Cheguei a procurar outra escola para fazer a substituição, mas não deu certo. Em janeiro, o Tendência confirmou sua saída, alegando que iria investir em outras áreas naquele ano. E nós ficamos a ver navios.

Uma alternativa rapidamente foi colocada em prática, uma espécie de plano B. Comercializamos alguns espaços publicitários no nosso ginásio de esportes. Os recursos garantiriam, a princípio, a inclusão das três equipes de competição na Liga Atlética de Futsal (LAF) e sobraria alguma coisa para investir em outras competições, como o Circuito Catarinense de Futsal e despesas gerais. Esse foi o chamado projeto “Banners no Ginásio”, que teve como patrocinadores a Churrascaria Ataliba, a Sociesc/FGV, o Kumon Lagoa, Marmoraria Pedramar, Dias & Dias de Festa e o Avaí Futebol Clube. Alguns desses clientes se contentaram em anunciar apenas do Jornal do Futsal, não se preocupando com a confecção de banners.

No início da temporada, para fazer face às despesas das nossas duas equipes que ingressaram no Campeonato Estadual, acabei utilizando os recursos da parceria com a Brasil Telecom. Deu para segurar a situação até maio e ainda sobrou um pouco de dinheiro em caixa. Dinheiro que, juntamente com toda a verba gerada pelo projeto “Banners no Ginásio”, o futsal não viu. Simplesmente a nova diretoria do clube a desviou, alegando a necessidade urgente de aplicar em outras áreas. Um absurdo, mas sem o nas poder nas mãos naquele momento, tivemos que encontrar outras soluções. Assim, tirei dinheiro do bolso para pagar as taxas de arbitragem da LAF e manter as três equipes competindo.

Obviamente eu estava preocupado, já que os custos do Campeonato Estadual sempre foram muito elevados, especialmente no item transportes. Quando se tem duas equipes gerando custos, a situação se agrava ainda mais. Porém, uma solução estava por vir. A Sul Imagem, diante dos problemas que se antepunham à nossa frente, decidiu bancar os custos dessa competição. Em paralelo a esse fato, estava sendo criada a Sociedade Amigos do Esporte de Santa Catarina (Saesc), uma associação esportiva destinada, entre outras funções, a gerir equipes de futsal e a captar recursos junto aos governos. Além disso, foi re-elaborado o projeto “Plantando o Futuro com o Esporte”, que está deixando de ser um mero posicionamento de marketing, com o apoio da iniciativa privada, para se transformar em uma ação social de cunho esportivo.

Tudo vinha correndo tranqüilamente até que, em outubro, a Sul Imagem anunciou que iria deixar de patrocinar o futsal pelo restante da temporada. Embora o Sub-15 já estivesse fora do Estadual, o Sub-13 estava vivo na competição. Felizmente, pelos excelentes resultados que a equipe obteve ao longo da temporada, as viagens foram reduzidas, já que sempre conquistou o mando de quadra, seja do turno ou do returno de cada fase.

Ainda havia algum dinheiro no caixa, suficiente para arcar com as despesas do turno da fase final da competição, que foi disputado no ginásio do LIC. Mas não houve como evitar os apelos ao patrocinador para suplementar nosso caixa na rodada final, que ocorreu em São Miguel D’Oeste, município bem próximo à Argentina, e que representa uma verdadeira ameaça para quem precisa levantar recursos para a viagem.

A Sul Imagem, mais uma vez, foi sensível à questão e nos ajudou.

Viajamos com todo conforto e ainda sobrou algum dinheiro, que foi aplicado na festa e premiação de final do ano, o Troféu Luiz Alves da Silva, entregue aos destaques da temporada. Nosso caixa em 2008 terminou zerado, já que o clube insistiu em não nos repassar os recursos do projeto “Banners no Ginásio”.

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